quinta-feira, 8 de maio de 2014

Ensinar quem não quer aprender: importância das experiências de aprendizagem ativas e experimentais

Ensinar quem não quer aprender é como a História do cavalo que não tem sede de Célestin Freinet (2004). Pedagogia do bom senso. 7ª ed. São Paulo: Martins Fontes. p.17.



Com efeito, “motivar os alunos” consiste, muitas vezes, em inventar um truque para que eles estudem assuntos que não lhes interessam. Prestar atenção à mobilização dos alunos leva a interrogar-se sobre o motor interno do estudo, ou seja, sobre o que faz com que eles invistam no estudo.


"A actividade produtiva dos alunos não é, aliás, fácil de conseguir senão através de um trabalho que se lhes apresenta como minimamente interessante. Assim sendo, o professor tem de descobrir formas de abordar as questões que sejam mais estimulantes do que a simples «explicação» das matérias. Não se trata de «motivar» artificialmente os alunos. Trata-se de descobrir modos de ir ao encontro de um potencial que está lá, dentro de cada aluno, às vezes bem oculto por detrás do desinteresse, de aparentes incapacidades ou até de comportamentos perturbadores. Por isso se tem defendido que o professor tem de ser um pouco um investigador que olha atentamente os seus alunos com um olhar «não daltónico» (Cortesão e Stoer, 1996). Tem de ser um professor que tenta ler nos diferentes comportamentos, nos interesses, desinteresses, nas aprendizagens, nas dificuldades, tomando tudo isto como indicadores preciosos para que seja possível pilotar as suas propostas de ensino-aprendizagem estabelecer o necessário contacto intelectual e afectivo com os alunos e produzir materiais e estratégias adequadas aquela situação, aqueles alunos — os dispositivos pedagógicos (Cortesão, e Stoer, 1996)."


Se o professor proporcionar contextos de aprendizagem em que o aluno possa desenvolver "trabalho prático" de acordo com Leite (2001), estão criadas as condições ideais para que exista um maior envolvimento dos alunos na escola e motivação para aprender, a aprendizagem seja significativa e haja o desenvolvimento da autonomia.

Leite, Laurinda (2001). Contributos para uma utilização mais fundamentada do trabalho laboratorial no ensino das ciências. In Caetano, H. V. ; Santos, M. G., orgs. – “Cadernos Didácticos de Ciências.” Lisboa : Departamento do Ensino Secundário do Ministério de Educação, 2001. vol.1, p. 77-96.

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